Eu, particularmente, nunca entendi como "funciona" nossas almas. Nem tenho certeza se temos. Mas, afinal, o que regiria nosso corpo de forma tão viva e presente? Nosso cérebro nos dá tudo, mas como simples hormônios fariam tão fortes as tais emoções? E como nosso corpo simplesmente afirmaria vida dentro de si? A tese do cérebro seria a mais concreda a se crer, mas o que há de errado em acreditar que o amor fixo e concreto vem de uma coisinha prateada, uma futa de plumagens tão lindas, que praticamente são a ambrósia e o néctar dos olhos humanos. E, exageradamente falando, eu não acreditaria se alguém me disse que o amor vem de uns hormônios produzidos pelo cérebro.
O que levaria alguém a amar? Reprodução e perpetuação da espécie? Pouyco provável. O que levaria duas crianças puras e inocentes a beijar-se, num ato de amor, sendo que nem idade eles tem direito? São perguntas que me recuso a usar a ciência para responder.
Eu já amei. Foi um bom momento da minha vida, sim. Nós dois nos amávamos. Ele já tinha percebido, mas quando eu me dei conta, já era tarde; eu tinha ido embora sem me despedir como deveria: Mostrando-o a verdade. Até hoje me culpo de não ter explorado esse território tão desconhecido, que apenas uns poucos ousam pisar. Mas sei que tenho paciência, e não vou desistir. E, se Deus permitir, irei ver-lo novamente e amar-lo, da forma em que ele sempre mereceu e eu nunca fiz.